rosas, senhor
dedicava a Deus. uma afeição infinita. mas nunca se comportou como uma beata. dessas que no primeiro lanço do adro. ajoelham a inveja em negros vestidos. tropedeiam o amor. sob o véu da caridade. essa mulher amava Deus. e as rosas. há muito que se exilara. num quarto sombrio. longe. do enganador carrocel do dia a dia. do marido. por quem rastejou. acreditando que o amor. era um sólido pensamento de Deus. um mandamento divino. que nao admite falhas. enganou-se. agora. experimentava outra devoção. olhava-se ao espelho. e via o que era o desejo mutilado. de um corpo febril. restava-lhe a fidelidade do cão. uma carícia de pólen. enfim. a natureza. que nunca trai. mesmo na mais inclemente das tormentas. todas as noites. antes de adormecer. colocava duas rosas vermelhas. numa velha jarra. que herdou da avó. luziam as pétalas. e a sua esperança germinava. numa explosão de perfumes da terra. na almofada macia. uma cabrinha bordada. libertava o pensamento: uma rosa sou eu. a outra é o homem. que ainda vem a tempo. de me amar. foi o seu o último pedido. antes de entrar. num convento.
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(quadro de chagall)
2 comentários:
És un texto hermoso. asi como la realidad que describe.
Esas rosas permanecerán en la eternidad. si. una me representa y la otra representa el amor de mi vida. hombre. que llego todabia a tiempo de me llenar de felicidad. y de demonstar que no todo es tristeza. ni oscuridad. Me trajo el sabor frutal de la ternura. de la carícia. de un sorriso.
Sabes que?
Hoy dia. esas rosas estan bellisimas y su color intenso... como debe ser. cuando el amor está presente. y la llama de la pasión esta encendida...
Amo las rosas rojas.
Gracias. Besito grande.
Silencio significa ir más allá de las palavras y de los pensamientos
Autor desc...
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