peitoril
Onde está a lua perguntavas com os olhos debruçados
As mãos à procura de um modo nocturno
De vazar todas as palavras
No corpo de argila.
Sentada no peitoril
A cidadela ao fundo
Vago clarão desvelando
A pele do cio.
Comecei a folhear-te.
Assim a nudez pudesse contar
O que a flor carnívora dos meus lábios
ia escrevendo nas tuas coxas
até se fixar num parágrafo de gema.
vulva lisa
que se abre lentamente como um livro raro.
A página tantas
a concha em tinta permanente
já não pedia só que a circunscrevesse
com frases incompletas
Queria todo o meu volume.
(fotografia de aneta badziag)
Sem comentários:
Enviar um comentário