lapidar
adaptado do original
antes do último desmaio ela disse: agora vou lapidar-te. vê como a lua está grávida e minhas mãos cheias de ouro em pó. descalça. os dedos em órbita denunciando a vertigem. o olhar agasalhando a calvície do esperma. de pergaminho enrolado ao pulso. foi polindo a coroa. verso desenhado entre veias. quase a estalar. a tua língua é uma ode. interminável. e só teve tempo de balbuciar: agora morria nas vírgulas do teu cabelo. ela não ouviu o resto. pensou que era o vento. costuma morrer na pontuação. lapidar. meu caro Watson. murmurou ele. com a fivela a sombrear. a parede nua.
*
(fotografia de jan saudek)
11 comentários:
olá amigo, claro que já tinha por cá passado mas agora a ligação é oficial. ;-)
além do mais, estive aqui uns minutinhos a ouvir música.
Bosque proibido
manantial que nao acaba
inunda e transborda
a maré contra a rocha
suor nas axilas
firmeza nas coixas
tapo-te e habito-te
é aspero e rugoso
teu pelo
na polpa dos dedos
na ponta da lingua
o sabor do teu sexo
gruta plena...
Tenerte cerca. Hablarte.
Y besarte en silencio.
Y sentir el contacto
caliente de tu cuerpo.
Sentir que vives, trémulo,
aquí, contra mi pecho.
Que mis brazos abarcan
tus límites perfectos.
Que tu piel electriza
las yemas de mis dedos.
Que la vida se ahoga
en el hilo de un beso.
Que así, en la sombra, a tiendas,
bajo la noche, ciegos
tapándonos a oscuras
mientras todo es silencio,
nos amamos y somos
casi dioses, rugiendo.
(Leopoldo de Luis)
besito...
"começo do diálogo":
foi no desmaio de maio que ele começou a fazer o amor. com a lua grávida e as mãos cheias de ternura. assomou à porta descalço. os dedos em órbita denunciando a vertigem. o olhar pesado junto à calvície do esperma. um milhafre algemado nas veias. um pergaminho enrolado ao pulso.
ela chegou no fim do poema. ele disse "morria nas vírgulas do teu cabelo". ela não ouviu o resto. pensou que era o vento. costuma morrer na pontuação. mas não era. ele arrumou as palmas nas calças e saiu. não a viu. anoitecia-lhe já o corpo.
"é como se um continente nos separasse e de repente as palavras encurtassem distâncias. e eu sentisse a tua voz na minha boca"
a dúvida é o alicerce da construção do poema.
VEM
Ablame y besame en silencio.
Haceme el Amor, hasta que nosotros no puedamos mas.
Quanto te hecho de menos
obrigado minha boa amiga Carla.por me visitares.por me ligares ao teu mapa de afectos.welcome.bjs
VIENE
Hablame y besame en silencio.
Hazme el Amor, hasta que nosotros no podamos mas.
Cuanto te hecho de menos.
Besito
¨Se alguma vez uma mulher foi feliz com um homem, comparem-se comigo as demais, se podem...¨
adorei o texto...bjs
Sometimes
at night
a lone Eskimo
would enter through my door
drink his tea in silence
and stay in for hours
without saying a word
and then
I realize
that what he really wants
is just another human being
to share with him
this silence.
Tuk Toyak Tuk
Ser reporter emocional leva-me em viagens constantes :))
Passei por aqui, gostei do que li.
Voltarei, decerto...
Vanda
Enviar um comentário