18/10/06

dia não



disse. não a cor de fumo de certas meias. nem perfumes. não lábios rosa malva. a trepidar. na dança nocturna dos cinzeiros. não cardumes de ancas em palcos esganados de néon. não a palavra engatilhada. em esgares de pólvora seca. não o remoto cais. onde embarcam lenços de poeira. não rostos. embuçados em fumo e alcóol. não. hoje é dia. de paginar o branco latejar. do sorriso. o acento inclinado do abraço. ou os nossos corpos. à chuva. longe de ocas orações. jogando às escondidas. entre véus. e um parentisis. tremor sanguíneo. o grito. que me desnuda.






(fotografia de michael morris)

3 comentários:

Anónimo disse...

Por estes lados também é dia não. Mas não desses...

~pi disse...

OLÁ!!!BeijoS

Anónimo disse...

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio ou seta de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

Pablo Neruda