30/11/06

naquela hora das cinco


naquela hora das cinco. meu amor. as acácias vermelhas. com o seu morno perfume. polinizavam o ar. e as cigarras. congregavam. o canto. para a larga sombra do imbondeiro. a minha. e a tua. pele. raízes.
da mesma árvore. costuravam uma imensa copa de lágrimas. um Deus africano. presidia à cerimonia. naquela hora das cinco. em que todas as aves. sossegam. e a saudade. recolhe ao casulo. para que. um destes dias. depois do último subscristo. abrirmos. na outra. margem do mundo. a arca dos prazeres.



(fotografia de lilya corneli)